Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve início na segunda metade do século XVIII, provocando uma série de mudanças na economia e na sociedade de vários países do mundo, principalmente da Inglaterra. Tais mudanças caracterizaram-se por um aumento da divisão do trabalho e da utilização de máquinas no processo de produção e distribuição das mercadorias.
O pioneirismo da Inglaterra deveu-se ao fato de ela apresentar uma série de fatores necessários à industrialização, tais como: capitais em excesso, mercado interno crescente, grande império colonial e áreas de influência, grande poder naval e jazidas de carvão e ferro em abundância.
A Revolução Industrial pôs fim às formas tradicionais de trabalho industrial, como corporações de ofício, manufaturas e indústria rural e doméstica, e desencadeou o aparecimento do proletariado industrial e o aumento da miséria, com consequentes lutas sociais, políticas e ideológicas que viriam a ocorrer durante o século XIX.
Revolução Francesa
Esse movimento teve características burguesas e liberais. No campo político, marcou a ascensão da burguesia que destituiu do poder o Antigo Regime (absolutista), lançando os alicerces do capitalismo. No campo econômico, acabou com os últimos traços do feudalismo, criando condições para um total desenvolvimento do capitalismo.
A crise que atacava o Antigo Regime (política, econômica, social, religiosa e cultural) provocou a convocação dos Estados Gerais em 1789. Em junho, o 3º Estado rebelou-se, realizando o juramento do jogo da Pela e proclamou-se Assembleia Constituinte.
No dia 14 de julho de 1789, foi derrubada a Bastilha e iniciou-se a Revolução Francesa.
O período da Assembleia Constituinte vai de 1789 a 1791, quando são abolidos os privilégios feudais, aprovando-se a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a nacionalização dos bens da Igreja, a Constituição Civil do clero e o texto da Constituição de 1791 (Burguesia–monarquista e censitária).
A fase da Assembleia Legislativa vai até 1792. As tendências políticas predominantes são os feuillants e girondinos (direita) e os jacobinos e cordeliers (esquerda). Em 1791, formou-se a primeira coalizão europeia, e a Assembleia declarou guerra à Áustria. A França foi invadida pela 1ª coalizão. Luís XVI foi destituído pela Assembleia Legislativa e ocorreu a convocação de uma nova Constituinte (A Convenção), em 1792. A 1ª coalizão contra a França foi vencida na Batalha de Valmy.
A Era Napoleônica
Teve início em 1799, com o Golpe do 18 brumário, e término em 1815, na Batalha de Waterloo. Está dividida em três fases: o Consulado, o Império e o Governo dos Cem Dias. Após tomar o poder, com o apoio do exército e da burguesia, Napoleão instalou o consulado. Em 1800, Napoleão derrotou a 2ª coalizão em Marengo e declarou com a Inglaterra a Paz de Amiens. Principais fatos: fundação do Banco da França, criação da Sociedade Nacional de Fomento à Indústria, Concordata de 1801 com a Igreja e Redação do Código Civil de 1804.
Em 1804, foi estabelecido o Império pela Constituição do ano XII. Em 1805, a terceira coalizão foi vencida nas Batalhas de Ulm e Austerlitz, enquanto o comandante Nelson destruía a esquadra francesa em Trafalgar. Em 1806, Napoleão venceu a 4ª coalizão nas Batalhas de Iena, Averstaedt, Eylav e Friedland. Em 1806, em pleno apogeu, Napoleão decretou o bloqueio continental. O fracasso desse bloqueio bem como os desastres militares na Espanha e na Rússia foram os principais fatores do declínio do Império. Em 1813, Napoleão foi vencido pela 6ª coalizão, na Batalha das Nações. Abdicando em favor de seu filho, Napoleão foi exilado na ilha de Elba. Em 1814, os Bourbons retornaram ao trono da França. Em 1815, Napoleão fugiu de Elba chegando à França para iniciar o seu governo dos Cem Dias. Depois de ascender de novo ao trono, Napoleão foi derrotado pela 7ª coalizão, na Batalha de Waterloo, tendo sido exilado na ilha de Santa Helena, onde faleceu em 1821.
O Congresso de Viena e a Europa
Após a derrota de Napoleão, reuniu-se, na Áustria, o Congresso que iria, sob o comando das grandes potências, tentar reorganizar a Europa, geográfica, social e politicamente.
Independência da América Espanhola e do Haiti
As lutas pela independência na América Latina intensificaram-se no início do século XIX. A influência da Revolução Francesa, da Independência dos Estados Unidos e da crise do Antigo Regime Europeu foram fatores que estimularam os movimentos emancipacionistas.
A independência do Haiti foi consolidada em 1804, após anos de guerras contra a França. Este processo teve como caráter particular o fato de ter sido comandado por negros ex-escravos, que lideraram a população afrodescendente contra os franceses.
O Pensamento no Século XIX
As principais correntes de pensamento do século XIX foram as do liberalismo (político e econômico), do nacionalismo e do socialismo.
Os principais traços do pensamento liberal foram:
o individualismo econômico, segundo o qual o Estado não deveria intervir na vida econômica, deixando a cada pessoa a defesa dos seus interesses individuais;
o mercado livre, que seria equilibrado pela lei da oferta e procura. O grande desenvolvimento do comércio provocaria um aumento da divisão de trabalho que, por sua vez, provocaria um grande progresso técnico e um aumento constante da produção.
No que diz respeito ao pensamento socialista, as primeiras teorias surgiram durante o século XIX, concomitantemente com as primeiras tentativas de organização da classe operária. As escolas socialistas eram duas: socialismo utópico (Saint-Simon; Robert Owen; Fourier) e socialismo científico.
Os utópicos divergiam muito em suas ideias, mas possuíam traços comuns como organização de novas formas sociais que avançassem mais do que o capitalismo. Os projetos dos utópicos eram difíceis de realizar, pois ignoravam a luta de classes;
Os grandes defensores do socialismo científico foram Marx e Engels. Baseados no materialismo dialético, esses socialistas procuraram formar uma visão das transformações ocorridas ao longo da história do homem. Transformações estas provocadas pela luta de classes, que se caracterizaria pela passagem do capitalismo, que desaparecia após uma série de crises, dando lugar ao socialismo. Os dois filósofos sociais foram importantes na organização do proletariado.
Unificações Italiana e Alemã
As Revoluções de 1848 foram vencidas pelos austríacos, impedindo a unificação político-territorial da Itália.
Carlos Alberto, rei do Piemonte, abdicou em favor de Vítor Emanuel, cujo primeiro-ministro, Camilo Cavour, seria personagem importante na Unificação Italiana. Em 1858, no “Encontro de Plombiéres”, Cavour fez com Napoleão III uma aliança franco-piemontesa contra a Áustria. Em 1859, começou a guerra contra a Áustria; enquanto isso, Giuseppe Garibaldi vencia os príncipes austríacos de Toscana, Parma e Módena, originando o reino da Alta Itália, que englobava Piemonte, Lombardia, Toscana, Parma e Módena. Em 1860, na “expedição dos mil”, Garibaldi conquistou as duas Sicílias que, juntamente com os Estados Pontifícios, foram unidos ao reino da Alta Itália, dando origem ao Reino da Itália.
Os Estados Unidos no Século XIX
Na primeira metade do século XIX, alicerçados na Doutrina Monroe (“A América para os americanos”) e na ideologia do Destino Manifesto, os estadunidenses promoveram a chamada Expansão para o Oeste, chegando ao litoral do Pacífico, tornando-se um país de dimensões continentais.
Contudo, a dinâmica de ocupação dos territórios a oeste aguçou as rivalidades entre políticos do norte e do sul da área original dos Estados Unidos (costa leste):
Estados sulistas
Latifúndios, mão de obra escrava e exportação de produtos primários
Defesa de política econômica liberal: facilitação no comércio com a Inglaterra (algodão)
Defesa do escravismo
Estados nortistas
Pequenas e médias propriedades, mão de obra livre e desenvolvimento manufatureiro
Política econômica protecionista: defesa das manufaturas
Contra o escravismo: consolidação do mercado interno (monetarização)
O ponto alto das tensões ocorreu em 1860, com a vitória do nortista Abraham Lincoln nas eleições para presidente da República. No ano seguinte, ocorreu a declaração de separação dos estados do sul: início da Guerra de Secessão (1861-1865
), que representou a grande encruzilhada norte-americana, pois seu desenvolvimento colocou em choque dois modelos distintos de organização econômico-social. A história dos Estados Unidos estava sendo decidida ali. Após a vitória do norte sobre o sul, que provocou a abolição do trabalho escravo, os Estados Unidos consolidaram sua Revolução Industrial e passaram a olhar para outras áreas americanas e do Pacífico (imperialismo). Mas também conheceram o desenvolvimento de uma política racista nos estados do sul, que perdura até os dias atuais.
Imperialismo
Na segunda metade do século XIX, países europeus, Estados Unidos e Japão passaram a concorrer, como potências industriais, na busca de mercados e recursos naturais (insumos necessários à manutenção da atividade produtiva). Tal concorrência provocou o chamado imperialismo e teve efeitos importantes no âmbito econômico, político e cultural.
Econômico
Formação de holdings, trustes e cartéis na virada do século XIX para o XX.
Político
Desenvolvimento de políticas para atender às exigências de manutenção de mercados e garantias de acesso a matérias-primas e outros recursos (imperialismo das potências industriais).
Cultural
Arranjos ideológicos que justificavam intervenções e domínios, promovendo a superioridade cultural e racial das potências industriais sobre as áreas dominadas.
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi um conflito de grandes proporções que envolveu as principais potências mundiais. As causas foram complexas, envolvendo disputas territoriais, rivalidades econômicas e políticas, além de uma série de alianças militares que arrastaram vários países para o conflito.
Os principais blocos envolvidos foram a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e a Tríplice Entente (França, Rússia e Reino Unido).
Revolução Russa
A Revolução Russa de 1917 foi um dos eventos mais importantes do século XX. Ela derrubou o regime czarista e instaurou um governo socialista sob a liderança do Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lênin. Esta revolução teve profundas repercussões em todo o mundo, influenciando movimentos socialistas e comunistas.
Fascismo
O fascismo foi um movimento político que surgiu na Europa no início do século XX, caracterizado por um forte nacionalismo, autoritarismo e oposição ao socialismo e ao liberalismo. Na Itália, Benito Mussolini foi a figura central do movimento, estabelecendo um regime ditatorial após a Primeira Guerra Mundial.
Crise de 1929
A Crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão, foi uma profunda crise econômica que teve início nos Estados Unidos com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em outubro de 1929. Esta crise se espalhou rapidamente pelo mundo, causando desemprego em massa e falências de empresas e bancos.
Nazismo
O nazismo foi um movimento político liderado por Adolf Hitler na Alemanha. Caracterizou-se por um regime totalitário, racista e expansionista. Hitler chegou ao poder em 1933 e implementou uma política de perseguição aos judeus, culminando no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o maior conflito armado da história, envolvendo a maioria das nações do mundo, incluindo todas as grandes potências. Os principais blocos eram os Aliados (Reino Unido, União Soviética, Estados Unidos, entre outros) e o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). O conflito resultou em milhões de mortos e vastas destruições, além de mudanças significativas no cenário político e econômico mundial.
Da Guerra Fria aos Dias Atuais
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo viveu o período da Guerra Fria, caracterizado pela rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética. Este período foi marcado por uma intensa corrida armamentista, conflitos indiretos e a divisão do mundo em dois blocos ideológicos. Com o fim da Guerra Fria, o mundo passou por uma série de transformações políticas e econômicas, incluindo a globalização, o avanço tecnológico e novas formas de conflitos e cooperação internacional.