A Batalha de Khafji

A Batalha de Khafji, que ocorreu entre 29 de janeiro e 1º de fevereiro de 1991, foi um dos principais confrontos terrestres da Guerra do Golfo e marcou um ponto de virada crucial no conflito. Situada no nordeste da Arábia Saudita, perto da fronteira com o Kuwait, Khafji era uma cidade estratégica devido à sua proximidade com o teatro de operações.

Contexto e Preparação

A Guerra do Golfo começou em agosto de 1990, quando o Iraque, sob a liderança de Saddam Hussein, invadiu o Kuwait. Em resposta, uma coalizão multinacional liderada pelos Estados Unidos foi formada para expulsar as forças iraquianas do Kuwait. Após meses de bombardeios aéreos e navais contra alvos iraquianos, a coalizão estava se preparando para uma invasão terrestre.

Em janeiro de 1991, o comandante iraquiano decidiu lançar um ataque preventivo contra as forças da coalizão para desestabilizar suas preparações e aumentar o moral das suas próprias tropas. O objetivo era capturar a cidade saudita de Khafji, uma área relativamente desprotegida, e criar uma base de operações para futuros ataques.

O Ataque Iraquiano

Na noite de 29 de janeiro de 1991, três divisões de infantaria mecanizada iraquianas, apoiadas por tanques e artilharia, atravessaram a fronteira e avançaram em direção a Khafji. A cidade estava quase deserta, já que a maioria dos civis havia sido evacuada devido à ameaça de guerra.

Inicialmente, as forças iraquianas encontraram pouca resistência e conseguiram ocupar Khafji com relativa facilidade. No entanto, esse avanço foi logo contestado por uma resposta rápida e coordenada das forças da coalizão, que incluíam tropas sauditas, qatarienses e dos Estados Unidos.

A Resposta da Coalizão

Ao receber a notícia da invasão iraquiana, as forças da coalizão mobilizaram rapidamente unidades de resposta. Unidades de reconhecimento dos fuzileiros navais dos Estados Unidos, juntamente com forças especiais sauditas e catarianas, foram enviadas para avaliar a situação e iniciar operações de contra-ataque.

Nas primeiras horas de 30 de janeiro, as forças da coalizão começaram a envolver as forças iraquianas em Khafji. Helicópteros de ataque AH-64 Apache e aviões A-10 Thunderbolt II forneceram apoio aéreo próximo, atacando concentrações de tropas e veículos blindados iraquianos. A artilharia da coalizão também desempenhou um papel crucial, bombardeando posições iraquianas dentro e ao redor de Khafji.

Combates Intensos

Os combates em Khafji foram intensos e prolongados. As tropas iraquianas, bem equipadas e determinadas, resistiram ferozmente às tentativas da coalizão de retomar a cidade. Houve diversos confrontos urbanos, com tiroteios e combates corpo a corpo entre soldados da coalizão e forças iraquianas.

Apesar da resistência iraquiana, a superioridade aérea e a coordenação das forças da coalizão começaram a prevalecer. Ao longo dos dias 30 e 31 de janeiro, a coalizão conseguiu isolar e cercar as forças iraquianas dentro de Khafji, cortando suas linhas de suprimento e comunicação.

Vitória da Coalizão

Em 1º de fevereiro de 1991, após três dias de intensos combates, as forças da coalizão conseguiram expulsar as tropas iraquianas de Khafji. A cidade foi declarada segura, e os poucos civis que restaram começaram a retornar. A Batalha de Khafji resultou em pesadas baixas para as forças iraquianas, que sofreram grandes perdas de tropas e equipamento. As baixas da coalizão foram relativamente menores, mas ainda significativas.

Consequências

A vitória da coalizão na Batalha de Khafji teve importantes implicações estratégicas. Demonstrou a capacidade das forças multinacionais de responder rapidamente e eficazmente a ataques inesperados, e aumentou o moral das tropas da coalizão. A derrota iraquiana também enfraqueceu a posição militar de Saddam Hussein, mostrando que suas forças terrestres não eram invencíveis.

Além disso, a batalha destacou a importância da superioridade aérea e do apoio logístico em conflitos modernos. A coordenação entre diferentes ramos das forças armadas e entre os diversos países da coalizão foi um fator crucial para o sucesso da operação.

A Batalha de Khafji, embora menor em escala comparada às campanhas subsequentes da Guerra do Golfo, permanece um exemplo significativo de operações militares combinadas e da complexidade dos combates urbanos modernos.